Essa semana a Coca-Cola anunciou a nova mudança de sua estratégia mercadológica. “Sinta o sabor” é o novo slogan que irá guiar a nova linha para a sua nova realidade. Um mercado ditado pelos millennials (geração de consumidores nascidos entre 1980 e o começo dos anos 2000) e suas crenças: o que é descolado, divertido e que não seja refrigerante. Esse novo conceito irá substituir o “Abra a Felicidade” que imperou durante sete anos no intuito de promover a Coca-Cola, que, juntamente com os outros refrigerantes, vem perdendo cada vez mais espaço frente a opções mais saudáveis.
Eu gostei bastante da nova estratégia. Beber uma Coca-Cola é uma experiência alegre e prazerosa. É reconfortante. Faz a gente esquecer um pouco da dieta que precisa lembrar toda vez que come ou bebe alguma coisa. É uma pequena volta a infância. É o som da lata sendo aberta. É o barulho que a gente escuta quando despeja ela no copo. São as bolhinhas pulando em nossos narizes e estourando em nossas línguas. É aquela sensação que a gente sente ao primeiro gole que muitas vezes traduz-se em lágrimas nos nossos olhos. Sinta o sabor. Permita-se uma Coca-Cola de vez em quando. Por que não?
Dito isso, eu quero citar o que realmente me impressionou nessa campanha. A nova linha de anúncios da Coca-Cola é simplesmente a coleção máxima em publicidade subliminar. Sim, em 2016! Eu estudo mensagens subliminares por mais de 15 anos e nunca tinha visto algo parecido, principalmente em conjunto, pelo mesmo anunciante. Os melhores exemplos de peças que utilizaram essas técnicas nos anos 60 e 70 não chegam nem perto. O conteúdo é fortíssimo e, obviamente, sexual.
O que realmente me surpreende é esse tipo de apelo ser utilizado décadas depois dessa técnica ter aparecido para o mundo e gerado intenso estudo e debate na área. E sinaliza que as empresas estão dispostas a utilizar o que for necessário para vender mais.
Será que a publicidade subliminar voltou para ficar? Será que a indústria do refrigerante será a nova indústria do cigarro? São muitas questões que ainda não temos respostas, mas que com certeza estamos muito curiosos para saber.