O pronunciamento de 4 de julho de Barack Obama
Essa é a diferença de se ter profissionais trabalhando na sua equipe. Esse foi o pronunciamento do presidente dos Estados Unidos Barack Obama no dia de ontem, 4 de julho, feriado da independência do país.
É assim que se estrutura o discurso: O presidente fala do que ele, sua esposa e suas filhas irão fazer. É o que todo americano médio irá fazer: comer hambúrguer, cachorro quente e assistir aos fogos. Ele ainda fala que é aniversário de uma das filhas, então é um motivo extra pra eles celebrarem ainda mais.
Eu faço aqui um questionamento: Alguém perguntou alguma coisa? Não! Ele simplesmente falou. É como se um amigo ou um parente próximo estivesse no telefone nos contando quais serão os planos da sua família para o feriado. É assim que se constrói simplicidade e cumplicidade. O presidente é um dos seus. Ele é seu amigo. Todos sabem o que acontece com sua vida.
Dito isso, ele lembra, de forma sucinta, como foi a independência e quais foram os ideais daqueles que a fizeram. E que, geração após geração, os americanos como um todo, de todas as raças, religiões, cores, procedências e opiniões se esforçam para manter esses valores unidos, trabalhando duro para manter o país cada vez mais forte e justo. Ele faz isso de forma natural e com confiança. Ele não faz propaganda do seu governo, não cita números, não dá discurso difícil de acreditar. Ele simplesmente lembra valores e faz com que todo mundo que more nos Estados Unidos faça parte de um todo. Aqui, ele mostra confiança e liderança. Faz com que todos que estão assistindo sintam orgulho dele e de si próprio.
E por último, com entusiasmo, ele fecha o excelente, breve e eficaz pronunciamento convidando todos a torcerem pelas meninas americanas que estariam disputando a final da Copa do Mundo de Futebol Feminino (o país acabou confirmando a vitória). Ele demonstra empatia, pois também é, assim como seus compatriotas, amante de esportes, e também, conclama a todos a exercerem o que ele instigou no trecho anterior. Patriotismo.
O presidente se despede desejando um feriado seguro (para as pessoas não abusarem) e feliz a todos.
Isso é mais um produto da assessoria de um presidente muito bem aceito pela sua população. Fruto disso será? Não por completo, mas faz parte importante com certeza. Os Estados Unidos mostram que a comunicação política precisa ser permanentemente observada. Esforços primários por motivos eleitoreiros jamais serão suficientes. Não existe milagre em comunicação que possa reconstruir imagens políticas desgastadas por negligência profissional. Sem isso, o político ou o partido ficam ainda mais expostos à crítica social e de imprensa. Se eles aprontarem governando então… Nem se fala!
